AUTOR: Dr. Bread Soares Estevam
1. Tema central e objetivo
O artigo propõe um diálogo entre a Educação Ambiental Crítica (EAC) e a sociologia climática de Anthony Giddens, particularmente a partir de seu conceito do “Paradoxo de Giddens”.
O objetivo é demonstrar como a EAC pode superar a inércia política e social diante das mudanças climáticas, transformando a Educação Climática em uma prática emancipatória e contra-hegemônica.
2. Problematização
Anthony
Giddens identifica um paradoxo: os seres humanos tendem a não agir
diante de riscos que não percebem como imediatos.
A EAC,
porém, interpreta essa inação não como ignorância, mas como
resultado das estruturas de poder do capitalismo,
que perpetuam desigualdades e invisibilizam as vítimas da crise
climática.
3. A Crise Climática como Crise Civilizatória
A EAC entende a crise climática como expressão de uma crise civilizatória — produto da racionalidade capitalista e da exploração da natureza.
A crítica da EAC revela que a desigualdade ambiental é também uma questão de classe, de poder e de justiça.
Essa abordagem politiza a crise, mostrando que educar para o clima significa educar para transformar as relações sociais e econômicas.
4. O Paradoxo de Giddens e seus limites
Giddens aposta em soluções estatais e tecnológicas, mantendo a estrutura capitalista.
A EAC propõe superar esse limite, mostrando que a inação política é deliberada, pois mantém privilégios e desigualdades.
O foco deve estar na visibilidade da injustiça climática, e não apenas na visibilidade da catástrofe.
5. A Educação Climática Crítica: uma agenda político-pedagógica
A EAC redefine a Educação Climática com base em quatro eixos:
Desnaturalizar a crise – entender que o aquecimento global é resultado de decisões humanas e econômicas.
Conectar o global ao local – tornar visíveis os impactos cotidianos das mudanças climáticas.
Promover a justiça climática – reconhecer e combater a distribuição desigual dos riscos ambientais.
Formar sujeitos políticos – substituir a educação comportamental por uma educação transformadora e coletiva.
6. Conclusão
A Educação Ambiental Crítica:
Transforma a invisibilidade do risco em visibilidade da injustiça.
Amplia o agente de mudança do Estado para a sociedade civil organizada.
Fundamenta uma educação para a transformação social e a justiça ambiental, propondo uma nova ética civilizatória.
O diálogo entre Giddens e a EAC revela que apenas uma educação politizada e crítica pode romper com o ciclo de inércia e promover uma ação climática efetiva e emancipatória.
Acesse o texto completo no link a seguir: Texto Completo
*Mestre e Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (Área: Educação; Grande Área: Ciências Humanas) da Universidade Federal do Rio Grande; Especialista em Educação Ambiental; Licenciado em Pedagogia; Bacharel e Licenciado em História; Tecnólogo em Educação Social; Estudante do curso de Especialização Latu Sensu em Educação Especial e Inclusiva na Uninter | Historiador com registro profissional no Ministério da Economia; Pedagogo com inscrição no Conselho Federal de Educadores e Pedagogos; Pesquisador de temáticas transversais relacionadas à Educação Ambiental (Área: Educação; Grande Área: Ciências Humanas).
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