quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Contribuições da Educação Ambiental Crítica para a Educação Climática a partir da obra de Anthony Giddens “A Política da Mudança Climática”

AUTOR: Dr. Bread Soares Estevam

1. Tema central e objetivo

O artigo propõe um diálogo entre a Educação Ambiental Crítica (EAC) e a sociologia climática de Anthony Giddens, particularmente a partir de seu conceito do “Paradoxo de Giddens”.

O objetivo é demonstrar como a EAC pode superar a inércia política e social diante das mudanças climáticas, transformando a Educação Climática em uma prática emancipatória e contra-hegemônica.

2. Problematização

Anthony Giddens identifica um paradoxo: os seres humanos tendem a não agir diante de riscos que não percebem como imediatos.
A EAC, porém, interpreta essa inação não como ignorância, mas como resultado das estruturas de poder do capitalismo, que perpetuam desigualdades e invisibilizam as vítimas da crise climática.

3. A Crise Climática como Crise Civilizatória

  • A EAC entende a crise climática como expressão de uma crise civilizatória — produto da racionalidade capitalista e da exploração da natureza.

  • A crítica da EAC revela que a desigualdade ambiental é também uma questão de classe, de poder e de justiça.

  • Essa abordagem politiza a crise, mostrando que educar para o clima significa educar para transformar as relações sociais e econômicas.

4. O Paradoxo de Giddens e seus limites

  • Giddens aposta em soluções estatais e tecnológicas, mantendo a estrutura capitalista.

  • A EAC propõe superar esse limite, mostrando que a inação política é deliberada, pois mantém privilégios e desigualdades.

  • O foco deve estar na visibilidade da injustiça climática, e não apenas na visibilidade da catástrofe.

5. A Educação Climática Crítica: uma agenda político-pedagógica

A EAC redefine a Educação Climática com base em quatro eixos:

  1. Desnaturalizar a crise – entender que o aquecimento global é resultado de decisões humanas e econômicas.

  2. Conectar o global ao local – tornar visíveis os impactos cotidianos das mudanças climáticas.

  3. Promover a justiça climática – reconhecer e combater a distribuição desigual dos riscos ambientais.

  4. Formar sujeitos políticos – substituir a educação comportamental por uma educação transformadora e coletiva.

6. Conclusão

A Educação Ambiental Crítica:

  • Transforma a invisibilidade do risco em visibilidade da injustiça.

  • Amplia o agente de mudança do Estado para a sociedade civil organizada.

  • Fundamenta uma educação para a transformação social e a justiça ambiental, propondo uma nova ética civilizatória.

O diálogo entre Giddens e a EAC revela que apenas uma educação politizada e crítica pode romper com o ciclo de inércia e promover uma ação climática efetiva e emancipatória.

Acesse o texto completo no link a seguir: Texto Completo


*Mestre e Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (Área: Educação; Grande Área: Ciências Humanas) da Universidade Federal do Rio Grande; Especialista em Educação Ambiental; Licenciado em Pedagogia; Bacharel e Licenciado em História; Tecnólogo em Educação Social; Estudante do curso de Especialização Latu Sensu em Educação Especial e Inclusiva na Uninter | Historiador com registro profissional no Ministério da Economia; Pedagogo com inscrição no Conselho Federal de Educadores e Pedagogos; Pesquisador de temáticas transversais relacionadas à Educação Ambiental (Área: Educação; Grande Área: Ciências Humanas).

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