AUTOR: Dr. Bread Soares Estevam*
RESUMO
Exploração das dimensões geo-históricas da educação, analisando a inter-relação entre espaço, tempo, sociedade e natureza.
Análise sob a ótica da Educação Ambiental Crítica (EAC), que desvela as raízes históricas e geográficas dos problemas socioambientais.
Abordagem dos principais conceitos e autores da EAC (Paulo Freire, Enrique Leff, Carlos Frederico B. Loureiro, Mauro Guimarães) e suas contribuições para a compreensão dessas dimensões.
Argumento central: a educação, para ser transformadora, deve reconhecer e integrar as construções geo-históricas que moldam as relações humanas com o ambiente, capacitando os indivíduos a atuarem na construção de futuros mais justos e sustentáveis.
PALAVRAS-CHAVE
Educação Ambiental Crítica; dimensões geo-históricas; espaço-tempo; território; história da educação; sustentabilidade; transformação social.
1. INTRODUÇÃO
A educação como processo dinâmico, historicamente situado e geograficamente contextualizado.
A indissociabilidade das dimensões sociais, ambientais, históricas e geográficas na formação humana.
O cenário de crises socioambientais como resultado de processos geo-históricos de exploração e desigualdade.
A Educação Ambiental Crítica (EAC) como ferramenta para analisar as raízes profundas (históricas e espaciais) dos problemas ambientais.
Objetivo do artigo: analisar as dimensões geo-históricas da educação a partir da EAC, revisitando conceitos e autores fundamentais.
Relevância de compreender como o espaço e o tempo são construídos socialmente e influenciam as práticas educativas e as relações socioambientais.
2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA E AS DIMENSÕES GEO-HISTÓRICAS
A EAC como abordagem que transcende o presente e o local imediato, buscando as origens e a evolução dos problemas ambientais e sociais.
A importância de contextualizar as questões ambientais em suas formações históricas e suas manifestações espaciais (território).
2.1. Paulo Freire: História, Cultura e Libertação no Território
A Pedagogia do Oprimido [1] e a valorização da história e da cultura dos sujeitos.
A leitura do mundo antes da leitura da palavra: a importância do contexto geo-histórico e do território vivido pelos educandos.
A conscientização como processo de desvelamento das relações de poder historicamente construídas no espaço.
A educação como prática da liberdade, que reconhece e atua sobre as opressões históricas e espaciais.
2.2. Enrique Leff: A Crise Civilizatória e a Reconstrução do Saber no Espaço-Tempo
A epistemologia ambiental [2] e a crítica à racionalidade ocidental que fragmenta o conhecimento e desconsidera a história e a complexidade dos ecossistemas.
A crise ambiental como crise de civilização, com raízes históricas profundas na modernidade e na expansão do capitalismo.
A necessidade de uma nova racionalidade ambiental que integre os saberes locais e tradicionais, historicamente construídos em territórios específicos.
A transdisciplinaridade como caminho para superar a fragmentação do conhecimento e reconstruir a relação com a natureza em uma perspectiva geo-histórica.
2.3. Carlos Frederico B. Loureiro: Sustentabilidade, Conflitos e Território Histórico
A questão da sustentabilidade [3] como um projeto ético-político que exige a compreensão das desigualdades sociais e ambientais historicamente produzidas e espacialmente distribuídas.
Análise dos conflitos socioambientais como manifestações de disputas por território e recursos, com raízes históricas na colonização e na exploração.
A democratização do poder e a construção de novas relações com a natureza que respeitem as especificidades geo-históricas dos povos e seus territórios.
A EAC como promotora de uma educação que reconhece a historicidade das relações sociedade-natureza e a territorialidade dos problemas e soluções.
2.4. Mauro Guimarães: A Dimensão Ambiental e a Construção Histórica do Sujeito
A dimensão ambiental na educação [4] como um processo que integra a formação do sujeito em sua totalidade, considerando sua inserção histórica e geográfica.
A importância de uma educação que permita aos indivíduos compreenderem como suas vidas e seus ambientes são produtos de processos históricos e geográficos.
A formação de sujeitos críticos e transformadores que atuem sobre as realidades socioambientais, reconhecendo a historicidade e a espacialidade das problemáticas.
A EAC como promotora de uma educação que valoriza a memória ambiental e a construção coletiva de futuros desejáveis para os territórios.
Síntese: A EAC oferece um referencial para compreender a educação como um processo geo-histórico, onde as relações entre sociedade e natureza são construídas e transformadas ao longo do tempo e no espaço.
3. CONCLUSÃO
Reafirmação da indissociabilidade das dimensões geo-históricas na educação e na formação de cidadãos conscientes.
A EAC como abordagem essencial para desvelar as complexas interconexões entre espaço, tempo, sociedade e natureza.
A contribuição dos autores da EAC para uma pedagogia que promove a reflexão crítica sobre as construções geo-históricas que moldam o presente.
A educação como ferramenta para a transformação das realidades socioambientais, a partir do reconhecimento da historicidade e territorialidade dos problemas.
A construção de sociedades justas, equitativas e em harmonia com o ambiente exige uma educação que integre plenamente as dimensões geo-históricas.
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