sábado, 25 de outubro de 2025

As Contribuições da Crítica à "Elite do Atraso" para a Educação Ambiental Crítica

AUTOR: Dr. Bread Soares Estevam



Tema Central: Articulação das teses de Jessé de Souza sobre a "elite do atraso" e a estrutura social brasileira com os fundamentos da Educação Ambiental Crítica (EAC).


Objetivo: Fornecer um arcabouço sociológico para a EAC, desnaturalizando a crise socioambiental brasileira e identificando seus agentes estruturais.

1. Introdução: O Desafio da Crítica na Educação Ambiental

  • EAC: Vai além do biológico/comportamental; entende a crise ecológica como ligada à crise social, econômica e política.

  • Jessé de Souza (2019): Sua obra é um instrumento para desconstruir o "racismo culturalista" (paradigma Sérgio Buarque) que oculta a elite do atraso (verdadeiro poder).

  • Proposta: Explorar as categorias de Souza para direcionar a EAC à raiz estrutural da desigualdade socioambiental.

2. A Gênese Escravista e a Estrutura da Desigualdade Socioambiental

  • Tese de Souza: A escravidão (e não o patrimonialismo abstrato) é a semente da sociabilidade brasileira, estabelecendo uma estrutura excludente e violenta.

  • Articulação com a EAC: A crise ambiental é a manifestação ecológica de uma estrutura historicamente desigual. A lógica da rapina e da exploração predatória da escravidão se estende à relação com o meio ambiente (apropriação privada de recursos por uma minoria).

  • Conclusão da Seção: A EAC deve focar na estrutura de classe e poder e não em discursos genéricos de sustentabilidade.

3. A Elite do Atraso e a Rapina dos Recursos Sociais e Naturais

  • Distinção de Elites: Elite real ("elite do dinheiro", invisível) vs. Elite política ("aviõezinhos", visível).

  • Estratégia da Elite do Atraso: Uso da crítica seletiva à corrupção estatal (falso conflito Estado x Mercado) para legitimar a rapina da riqueza social e do patrimônio nacional (ex: Lava Jato).

  • Articulação com a EAC: A degradação ambiental não é causada pela corrupção política, mas pela estrutura econômica e política que permite à elite do atraso (agronegócio, mineração) a apropriação predatória de recursos.

  • Conclusão da Seção: A EAC deve ser uma ferramenta de conscientização política e social, desmascarando o discurso e a ação da elite do atraso como principal agente da destruição.

4. O Papel da Classe Média e a Falácia da Meritocracia na EAC

  • Classe Média: Descrita como "tropa de choque" moralista, motivada pela crença na falácia da meritocracia (capital cultural como mérito inato).

  • Consequência: Apoio a golpes e manutenção de privilégios sob o manto da "moralidade".

  • Articulação com a EAC: Crítica à responsabilidade individual descontextualizada (ambientalismo de resultados, consumo verde), que desvia o foco das responsabilidades estruturais.

  • Conclusão da Seção: A EAC deve promover a autocrítica na classe média, mostrando que a luta por privilégios contribui para a perpetuação da elite do atraso e da crise socioambiental.

5. Conclusão: Para uma Práxis da Educação Ambiental Crítica e Estrutural

  • Contribuição Central: O livro fornece as lentes sociológicas para uma EAC de desnaturalização e transformação social.

  • Práxis da EAC (Síntese):

  1. Reconhecer a gênese escravista.

  2. Desmascarar a "elite do atraso".

  3. Criticar o culturalismo e o discurso da corrupção seletiva.

  4. Desnaturalizar a falácia da meritocracia e o foco no individual.

  • Visão Final: A EAC deve ser uma pedagogia política que capacite os sujeitos para a construção de um projeto de sociedade democrático e ecologicamente justo, superando a herança da "elite do atraso".


Acesse o texto completo no link a seguir:

Texto Completo 


Acesse referências complementares nos links a seguir:

Livro Completo "A Elite do Atraso"


*Mestre e Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (Área: Educação; Grande Área: Ciências Humanas) da Universidade Federal do Rio Grande; Especialista em Educação Ambiental; Licenciado em Pedagogia; Bacharel e Licenciado em História; Tecnólogo em Educação Social; Estudante do curso de Especialização Latu Sensu em Educação Especial e Inclusiva na Uninter | Historiador com registro profissional no Ministério da Economia; Pedagogo com inscrição no Conselho Federal de Educadores e Pedagogos; Pesquisador de temáticas transversais relacionadas à Educação Ambiental (Área: Educação; Grande Área: Ciências Humanas).

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